sábado, 18 de agosto de 2012

Um Novo Início

Sempre gostei de novos projetos, que abandonava tão logo eles alcançassem algum sucesso. Minha paixão sempre foi o novo... O inovador! Talvez por isso minha fixação pela arte, seja lá qual forma ela se apresente: seja a arte de rua, a arte nos museus, a literatura, cinema, e até mesmo a "arte" que as crianças aprontam.

Mas admito meus preconceitos... Apesar de admirar a beleza, as novidades, os castelos de cartas que se constroem para no próximo momento desmoronar, sempre achei que o mundo da Moda fosse uma coisa fútil e sem sentido, algo meio parnasiano, "de si para si".

Foi então, que no começo deste ano conheci minha esposa, uma pessoa encantadora e encantada por moda. Confesso que no começo me sentia meio sem jeito... Uma estudante de letras, politizada (muitas vezes pseudamente politizada, diga-se de passagem) e extremamente pedante com certeza se sentiria muito desconfortável nesse circulo fútil.

Então justamente por isso decidi ir atrás do que não aparece nas revistas de fofoca. Muito mais do que o Glamour muitas vezes sem sentido das passarelas, e entender o sentido real daquilo tudo, os conceitos.

E foi assim que aos poucos foi desvendando e me fascinando por essa arte que reveste o corpo, uma arte que anda pelas ruas e diz sobre você, que te revela, te integra, e muitas vezes gera falsos juízos, mas a maioria das vezes, juízos verdadeiros.

Quem é que se veste só para si? Nos vestimos para os outros, para afirmamos nossas verdades, nossas crenças e convicções, nos vestimos para pertencermos a um grupo, ou mesmo para fingirmos que pertencemos a um (o que já quer dizer algo).

Há muitos séculos, e talvez milênios, a arte de se vestir deixou de ser uma mera questão de proteção térmica. Pois mesmo que nos vestíssemos somente para cobrirmos nossa nudez, isso já não seria uma questão ideológica e quem sabe até religiosa?

Nos vestimos para ostentar, dizer ao mundo a que classe pertencemos, ou gostaríamos de pertencer. E as implicações disso são muitas, que começa com a criação dos esteriótipos, o que pode ser usado contra ou a favor da pessoa, de forma correta ou precipitada. E todas essas implicações são muito bem manipuladas por uma industria milionária, que, por exemplo, nos Estados Unidos é a quarta maior força da economia nacional. Isso além de todas as trocas simbólicas envolvidas....

Mas chega de blablabla técnico. O que pretendo com esse blog é mostrar um pouco mais da transpiração dos bastidores, e um pouco menos da suposta "inspiração" ostentada nos palcos. Todo o trabalho duro de pesquisa, técnicas de desenho, criação de coleções, tendências pelo mundo... E também como a moda no afeta de modo geral no dia a dia, pois apesar do pós-guerra ter derrubado um pouco a rígida fronteira entre a moda casual e profissional, ainda existem limites. E eu ousaria dizer que hoje a situação está mais complexa, pois existe uma determinada etiqueta para cada ocasião, uma máscara adequada que devemos vestir para cada situação, e que tem que vir acompanhada do figurino correto, na interpretação diária que fazemos nos nossos diversos "eus".

Espero que meus antigos leitores aproveitem essas nova experiência tanto quanto eu, e que eu juntamente com minha esposa, possamos cativar outros, interessados em ter uma leitura melhor, mais ampla, e.. por que não? Mais bela, deste mundo que vivemos.

Espero que aproveitem, e estaremos abertas para críticas, dúvidas e sugestões.

Ass.: Camila Strongren

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